Na manhã desta terça-feira, 10, a advogada Suzane Odane Teixeira Guimarães, no nono mês de gestação, enfrentou uma situação constrangedora ao ter seu pedido de adiamento de audiência negado pela 4ª turma do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 8ª região – Pará e Amapá. A profissional, que estava próxima do seu período de parto, argumentou que o evento poderia coincidir com a data da audiência para a qual estava escalada, e, portanto, solicitou o adiamento.
A advogada justificou a necessidade do adiamento, uma vez que estava programada para realizar a sustentação oral no processo. No entanto, o presidente do colegiado, o desembargador Georgenor de Sousa Franco Filho afirmou que “gravidez não é doença”, e que a advogada poderia ter mandado um substituto para realizar a sustentação.
A Ordem dos Advogados do Brasil do Pará repudiou a atitude do TRT, alegando que se trata de uma grave violação das prerrogativas da mulher advogada. Em nota oficial, a OAB/PA destacou que o episódio evidencia a banalização da discriminação de gênero, inclusive no âmbito do sistema de Justiça.
Na terça-feira, 10, após a grande repercussão do acontecido por todo país, o desembargador publicou um pedidos de desculpas no site do TRT-8. “Revendo novamente a filmagem, verifiquei que minha manifestação foi profundamente indelicada e infeliz, e gostaria de oferecer minhas mais sinceras desculpas não somente à Dra. Suzane Odane Teixeira Guimarães, mas a todas as Sras. Advogadas que tenham se sentido ofendidas com minhas palavras”, disse Georgenor.