O Amapá enfrenta uma crise ambiental sem precedentes, com mais de 2.156 focos de incêndio registrados entre 1º de janeiro e 15 de novembro de 2023. Essa marca representa o maior número de ocorrências em 25 anos, desde o início da série histórica em 1998, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Desde 8 de novembro, um incêndio alarmante, com aproximadamente 8 quilômetros de extensão, assola a Região Oeste da Reserva Biológica do Lago Piratuba, no Leste do Amapá. A situação mobiliza mais de 40 brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Mesmo com dezenas de profissionais envolvidos, o fogo ainda não foi controlado.
No Norte do estado, entre os municípios de Calçoene e Oiapoque, o fogo consome a vegetação do Parque Nacional do Cabo Orange, unidade de conservação criada em 1980 para preservar os ecossistemas próximos à Costa Norte do Brasil.
A capital não escapa dos impactos, nos últimos dias, vários focos de incêndio foram registrados próximo aos condomínios localizados nas rodovias que ligam Macapá ao município de Santana. As reclamações são constantes sobre a fumaça que encobre o céu e compromete a qualidade do ar. Surpreendentemente, os meteorologistas do Iepa revelam que a fumaça que atinge a capital provém das queimadas nas Ilhas de Marajó, no Pará, ressaltando a dimensão regional do problema ambiental.